Shhh! É secreto!

Sim, é secreto mas não é segredo! Partilhar aquilo que fazemos é a melhor forma de perpetuarmos os nosso gostos, as receitas de família e as tradições que mais mexem connosco. Este é o motivo pelo qual escrevo e não guardo segredos! Apesar de muito simples, esta receita tem um ingrediente que, de secreto, só tem o nome!

Não cozinho carne de porco com muita frequência mas, quando o faço, a minha preferência vai, sem qualquer dúvida, para os secretos de porco preto. Podem encontrá-los facilmente nos supermercados, normalmente já embalados. Gosto muito dos do Lidl e dos do Supercor (Corte Inglês), com a vantagem de serem de porco alentejano, ou seja, de origem nacional.

Antes de os temperar gosto de os partir em tiras finas para que tomem mais sabor e para que, ao grelhar, fiquem mais crocantes e tostadinhos. Depois, uso bastante alho picado, um pouco de sal, vinho branco e um pouco de sumo de limão. Coloco tudo num recipiente, "massajo" bem a carne e deixo marinar pelo menos durante uma hora.

Se tiverem grelhador a carvão podem e devem usar o mesmo. Como não tenho onde ligar um desses sem que os vizinhos reclamem do fumo, uso a melhor coisa que compramos nos últimos anos: o OptiGrill da Tefal! A carne fica fantástica, como podem ver pelas fotos!

Como acompanhamento sugiro um risotto ou mesmo um arroz de feijão com legumes! Experimentem e vão ver que é uma carne com um sabor e textura espetaculares!

Afinal, de que era o empadão?

Pois é, o empadão era de... mandioca!

Nós, Portugueses, não somos grandes consumidores de mandioca pois não é um produto que se cultive nas nossas terras. Descobrimos o Brasil há mais de 500 anos mas a mandioca, que vem das terras de Vera Cruz, só há pouco tempo começou a ser de uso mais comum na nossa cozinha, sendo cada vez mais fácil encontrar esta raiz nos nossos supermercados.

A mandioca contém um elevado teor de fibras, proteínas, minerais (zinco, magnésio, cobre, ferro, magnésio e potássio) e vitaminas essenciais, pelo que é também muito consumida em algumas zonas de África, ajudando a combater a desnutrição. É muito rica em hidratos de carbono, mas a sua glicose é liberada lentamente para o corpo, o que ajuda a evitar picos de açúcar e prolonga a saciedade.Como não contém glúten, é também adequada a alguns regimes alimentares mais específicos.

Confesso que a primeira vez que a utilizei na cozinha foi para fazer o Bobó de Camarão que já partilhei convosco. Desta vez, decidi usá-la no empadão, em substituição da batata. Fiz algo inspirado no "Escondidinho de Carne Seca" tão consumido no Brasil!

Como fiz o empadão? Comecei por descascar a mandioca (cerca de 1kg), cortar aos cubos, retirar o veio central e cozer em água abundante com sal.

Entretanto fiz um refogado com bastante cebola, alho e bacon, adicionei meio quilo de carne de vaca picada. Temperei com sal, adicionei um pouco de cebola frita e salsa picada, três colheres de sopa de polpa de tomate frito (de frasco) e deixei cozinhar.

Triturei a mandioca no processador e adicionei um pouco de margarina e creme vegetal de soja até obter a textura adequada. Pode também adicionar um pouco da água de cozer a mandioca em vez de usar o creme vegetal.

Depois, é só colocar num tabuleiro de ir ao forno. Pode polvilhar com queijo ralado e levar ao forno. Vão ver que a textura é diferente mas muito agradável!

Sugestão para os vegetarianos: podem substituir a carne por uma mistura de cogumelos e legumes!

₣єiנσα∂α ∂є cнσcσs

Pode parecer estranho, com todo este calor, falar de feijoada mas é no Verão que mais vezes como a feijoada de chocos, sempre com muitos coentros!

Apesar de ser um prato pesado, adoro comê-lo nas férias, sobretudo quando ando pelo sul do país. No final do almoço, a sesta até sabe melhor!

Há quem faça esta feijoada com feijão branco e quem a faça com feijão vermelho. Desta vez, vou ser sincera, fiz com feijão manteiga pois era o único que tinha em casa e ficou excelente!

Desafio-vos a fazerem este prato um dia destes! Vão ver que não se arrependem! Se sobrar, podem congelar para usar depois!

Ingredientes (para 4 pessoas):

- 1 choco grande, limpo e cortado em tiras (cerca de 1kg)

- 150 gr de bacon cortado aos cubinhos

- 1 chouriço de colorau cortado em rodelas fininhas (ou 1 linguiça)

- 1 cebola grande picada

- 1 dente de alho picado

- 4 tomates grandes bem maduros, pelados e cortados em cubos pequenos

- 1 cenoura grande cortada aos cubos

- 2 latas grandes de feijão

- 1 ramo grande de coentros

- Azeite e sal q.b

- Vinho branco q.b.

- Malagueta (opcional)

Como se faz:

Comece por refogar a cebola com um bom fio de azeite até que esteja translúcida. De seguida, junte o alho, o bacon e o chouriço, e deixe cozinhar um pouco, sempre destapado. Acrescente o vinho branco e aguarde até que o álcool evapore. Adicione o tomate, tape o tacho e deixe em lume brando durante cerca de 20 minutos. Vá mexendo para ajudar o tomate a desfazer e, se vir que é necessário, acrescente um pouco de água. Eu tinha congelado um pouco de água de cozer camarões e usei essa!

De seguida junte os chocos, a cenoura e a malagueta (se optar por usar). Deixe cozinhar lentamente até que os chocos estejam tenros (cerca de uma hora).

Adicione o feijão e deixe cozinhar mais 20 a 30 minutos para que se tome do sabor dos chocos e do tomate. Prove e retifique os temperos. No final da cozedura, acrescente os coentros picados. Reserve alguns para quando servir.Se necessário, adicione uma pitada de açúcar para quebrar a acidez do tomate.

Acompanhe com arroz branco.

Nota: Nunca coloco sal na feijoada a não ser que, quase no final, verifique que é necessário. Os chocos, tal como as lulas e o polvo já têm, por norma, um teor de sal elevado.

Pode usar tomate de lata, ainda que o tomate fresco dê a este prato um sabor muito mais rico e intenso.