Que saudades tinha da sesta!

Quantas e quantas vezes, na pressa dos nossos dias, nos apeteceu parar, deixar tudo o que estávamos a fazer e, pura e simplesmente, ir dormir uma sesta? A mim já me aconteceu vezes sem fim! Mas nunca consegui: os horários de trabalho não nos permitem, por norma, esses "luxos".

Agora que estou em casa resolvi organizar os meus afazeres para voltar a dormir a sesta. Nem vos digo nada! Hoje percebi as saudades tinha de me deitar depois do almoço!

Para mim, a sesta ideal tem de ter: uma cama feita (só para me deitar por cima da roupa, tapada com uma manta), uma boa almofada, luz natural (não em excesso) e ruído da rua! Gosto de ouvir os sons que vêm do exterior, dão-me uma sensação de distanciamento e calma!

Se tiverem miúdos e puderem fazer todos a sesta, é o ideal! Mas, para isso, não podem dormir até tarde durante a manhã! A hora da seta não traz apenas benefícios para a saúde, ela é um momento de pausa na rotina diária, recarrega energias e acalma miúdos e graúdos!

Que tal experimentarem? Mas sem exageros! A sesta ideal não deve ultrapassar 20 a 30 minutos! E, se sofre de insónias, poderá não ser a atividade mais aconselhada para si!

Dizem que a 20 de março, chegou a Primavera! Será que chegou mesmo?

Quando era miúda, não havia nada destas teorias científicas de que a Primavera chegava às 03:50 horas com a chegada do equinócio seu homónimo! Sim, aprendíamos logo no ensino primário que era o equinócio que trazia a Primavera mas, no nosso tempo, ela chegava invariavelmente a 21 de março, sem hora marcada e não havia que enganar! Não importava que o período de translação da Terra não fosse exatamente um ano mas sim de um ano e algumas horas, minutos e segundos a mais. Para nós, miúdos, o que importava era que as árvores florescessem, que o sol chegasse e que pudéssemos voltar a brincar na rua!

Ontem, com a chegada "científica" da nova estação, fiquei a pensar que até a Primavera está com sérias dúvidas sobre se deve ou não sair à rua... Veio disfarçada de fim de Invernos e mostrou apenas um sorriso tímido que logo voltou a esconder!

Está certamente baralhada com o que vê pelo mundo fora: se, por um lado, não há ninguém nas ruas para lhe dar as boas vindas, por outro lado vê que a Terra, graças a esta paragem forçada, está a ganhar novas forças, a tornar-se mais saudável e equilibrada! Os animais voltam a ocupar espaços onde há muito não entravam e as águas voltam a ficar transparentes.

Talvez para que a Primavera perceba que pode vir sem temores também nós tenhamos que lhe dizer isso, que lhe mostrar que, apesar de resguardados, queremos muito que ela venha para podermos abrir janelas e ir às varandas receber o seu calor e a sua energia! Talvez tenhamos que nos comprometer a deixar que o próprio planeta tenha o seu espaço, sem a nossa intervenção constante e massiva! Talvez tenhamos que nos comprometer a ser mais equilibrados em tudo, menos consumistas e a abraçar uma vida menos frenética.

A Primavera é o tempo de recomeçar, de renascer, de reiniciar o ciclo da vida! Pensem nisso!